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Mostrando postagens de novembro 17, 2013

João e Maria

João Lembro da primeira vez que a vi. Ainda menina, os olhos brilhavam. Uma menina encantada pelo mundo, e eu encantado por ela. Vi Maria crescer. Vi Maria se perder e se libertar. O tempo leva muita coisa, traz outras tantas, e tem aquilo que nunca muda. O que há no presente os dias poderão dizer, aos poucos. Maria Lembro dele por perto. Eu, tão menina, ficava encabulada com o que os olhos dele me diziam. O tempo passou e não me sinto mais menina, muito menos encabulada. O tempo leva muita coisa, traz outras tantas, e tem aquilo que nunca muda. O que há no presente os dias poderão dizer, aos poucos.

Estava escrito

Vi hoje essa anotação feita durante uma consulta de búzios em 16 de maio de 2012. "De repente tudo vai começar a pipocar. Vai passar um rio na sua vida. Segura na sua canoa e vai!" Me deu um frio na espinha... Passou um filme intenso na minha cabeça de tantos pipocos. Tantos, um zilhão de vezes mais do que eu podia imaginar. Deu até uma certa vertigem. O rio era bravo, denso, cheio de peixes, cantos de sereias, pedregulhos, água fresca, água morna, água viva. O rio se misturou à minha vida. As águas invadiram meus pulmões e me deram asas. A canoa ainda existe. Tá bem estropeada, mas aprendeu o ritmo das águas. Tanto as bravas quanto as mansas. A travessia ainda não acabou, mas já não tem o que revirar. Tudo refeito, pronto para o destino escolher o que virá.

Furacão

Ele bem que achava que sabia ficar escondido. Quem a conhecesse bem, saberia identificá-lo num brilho específico nos olhos, e também numa tristeza ali contida. Ele até podia se esconder, mas não tinha nada de discreto. Era imperativo, decisivo e por vezes devastador. Era a melhor e a pior parte dela. A ela cabia chamar o furacão de seu, saber que ele estava irremediavelmente instalado na alma dela. Juntos, tentando não fazer tanto barulho, seguiam, vida afora.