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Mostrando postagens de agosto 18, 2013

Quisesse

Quisesse que fosse mesmo uma escolha Uma tomada de decisão E o peito bateria no ritmo da razão Os sonhos seguiriam as leis Os cheiros não assombrariam a memória As mãos não ficariam trêmulas Os lábios não mudariam de gosto Quisesse que fosse mesmo uma escolha E a vida pareceria mais simples, mais reta Sem dúvidas Sem medos Sem certezas escondidas E se tivesse sido uma escolha Não existiria eu e você

O renascimento do parto, das mães, do sistema médico

Esta semana estreia em BH o premiado documentário "O renascimento do parto". O tema é urgente. os índices de casarianas são assustadores. Mais assustadores são os argumentos. É bebê com volta de cordão, é mãe sem dilatação, é médico sem paciência, é mãe sem informação. É muito bebê que nem passa por trabalho de parto. É muita vida que começa com a proteção até do ato de nascer. É excesso de medicina para o que a natureza fez tão bem. Particularmente, sou a favor de hospital e tecnologia. Agradeço por estar monitorada enquanto tentava bravamente o parto normal da minha filha. Ela entrou em sofrimento por causa de mecônio e a cesárea evitou complicações que poderiam ter consequências graves. Ainda quero parto normal, e terei nas próximas crias. O meu discurso moderado apanha de todos os lados. Algumas amigas me chamam de louca por querer uma parto natural. Outras me acusam por ousar falar bem de uma cesariana que - pelo que percebo e entendo - salvou a minha filha de ...

De dentro

A menina Sierva María de los Ángeles tinha longos cabelos vermelhos e o diabo dentro. Era assim que diziam e talvez fosse assim que ela se sentia. De dentro do peito, o diabo gritava. Gritavam as vontades, os sonhos, os desenhos, o querer. O diabo de dentro da menina amedrontava a todos. Era tão descarado! Ousava dizer. A menina endiabrada ardia de amor e outros demônios. A menina Sierva María, criada por Gabo, era só mais uma Maria. Maria que leva no peito um coração que sente e sabe. Maria que sabe ouvir as mensagens que vêm de dentro, que gritam, que assombram por carregar tanto querer.