No céu, a lua sorria para Maria. Era para ela, tinha certeza. Um sorriso tão aberto. Sinal de coisa boa por vir. Maria escolheu uma calcinha especial. Caprichou no decote, nem muito aberto, nem muito tampado, com um quê de quero mais. Passou o perfume. Saiu certa de que a noite, assim como a lua, era dela. Maria chegou no samba e era tanto João. Um havia de ser dela. E ela se jogou na roda. E rodou a saia. Era falsa baiana, mas encantou. Maria arrancou olhares, ganhou sorrisos, sonhou com as promessas. A noite era dela, a lua não brincaria com isso. O sol raiou, a lua se escondeu, o samba acabou. Maria tirou os sapatos, foi caminhando descalça, de volta à vida. O saldo da noite foi um bilhete, com um número de telefone. Talvez só isso. Talvez um novo começo. Talvez outra frustração. Fosse o que fosse, era o presente da lua, da lua que sorriu.
Maria eu, Maria você, Maria ela, Maria ele, Maria do João, Maria João, Maria nós