Hoje ela veio me ver. Do nada, me chamou. Ela, de pelos cinza. Ela, com um arranhado no nariz feito o meu. Foi naquela noite de lua. Ela agora em cima do meu muro. Eu preso no apartamento. Ela mia. Eu desesperado. Os humanos vem a minha aflição, mas ninguém abre a janela. Não entendo. Mas deve ter a ver com o morador de cima. Ele tem dois passarinhos. Ele fica muito irritado quando vou na casa dele. Muito mesmo. Ele grita, me xinga, reclama. Minha humana fica tensa. Mas aqueles passarinhos... Neste momento, no entanto, só penso nela. Corro pela casa, procuro uma brecha. Nada. Ai, eu preciso sair. Um barulho de janela. O velho grito do senhor de cima. Os berros de sempre. Ela vai embora. Volta, minha gata!
Maria eu, Maria você, Maria ela, Maria ele, Maria do João, Maria João, Maria nós