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Mostrando postagens de janeiro 10, 2016

Manhãzinha

Quando acordaram de manhã,  estavam constrangidos. Ela escondeu o corpo com o lençol.  Ele ficou um tempinho com os olhos fechados, pensando em como agir. Os embalos da noite levaram os dois para aquela cama, mas a singeleza da manhã ainda não tinha dado respostas do que fazer. Ela olhou para o lado e viu suas roupas. Teria que se levantar para pegar. Preferiu se enrolar um pouco mais no lençol. As lembranças vinham em flashes. Lembrou da conversa animada, os argumentos instigantes, os risos, o beijo quente e as mãos firmes. Ele, com os olhos fechados, ainda sentia o gosto dela. Estranho, mas desta vez não sentiu pressa de ir embora. Olhou para ela e sorriu. Ela, um pouco envergonhada, sorriu também.  - Vamos tomar um café? O constrangimento,  aos poucos, foi dando lugar à intimidade.

Atordoa

Lá vem o amor subindo a ladeira Ele vai chegar Se instalar Vai mudar a vida Reorganizar os passos Alterar a direção E se der errado De novo.... Pra onde vou? Segura o amor aí embaixo Não deixa ele subir Mais seguro assim "Eu te peço, me perdoa Me desculpa que eu não fui sua namorada mas fiquei atordoada de amor Faltou ar, faltou ar" - Tiê

40

Nos 20s a meta era construir uma vida sólida Nos 30s o exercício diário é pela vida fluida Os 40s já me mostram os dentes, e a única certeza é que não vou voar nem virar pedra. Quiçá viro flor (com espinhos)

Verbos

Houve o tempo em que o verbo era ir Ir e gargalhar Fui Ri e chorei Libertei os sentimentos O verbo agora é ouvir Ouvir e fazer silêncio Dentro Pra fora E assim escolher o que me pedem os mais íntimos dos desejos O verbo sempre é ser Cada vez menos ter Em tudo que der, amar

Silêncio

A gente sabe a resposta Ela mora no silêncio Na mente quieta Nas batidas do coração A gente bem que complica Dá justificativas Inventa atalhos Nutre problemas E a resposta continua onde sempre esteve Dentro Cravada na pele A própria oração