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Mostrando postagens de março 15, 2015

Flor amarela

Olhou da janela Viu ali no cantinho Discreta e onipresente Uma flor amarela Nasceu para ela Assim como o sol A felicidade já tinha feito morada ali E deixou marcas Histórias que os objetos contavam Cheiros que fugiam dos livros Arrepios que brotavam nas músicas Por um tempo parecia que ele havia levado dela o tempo, os sonhos, o sorriso Mas nada que a flor amarela não tivesse trazido de volta "Mas eu fiquei, me levantei, e o sol nasceu pra mim, no meu quintal nasceu novo jardim Eu acordei, me espreguicei, olhei pela janela, no meu jardim nasceu flor amarela"

Rosas vermelhas

Ele sabia que não tinha mais o que dizer. Gostava dela, era verdade, mas estava certo de que não poderia se entregar. Num ato meio impensado, tentando mantê-la por perto, enviou flores. Ela estava em casa quando tocou o interfone. "Flores para Maria!". Ela desceu ao portão com o coração aos pulos. Pegou o buquê e foi logo pegar o cartão. Cartão? Cartão? Onde estará o cartão? O entregador tinha ido embora. Ela estava certa de que o cartão ficara caído no carro de entregas. Estava ávida por ler a declaração que ele finalmente fizera. Ligou para a floricultura. "Não, senhora, não tinha nenhum cartão junto das flores". Ela olhou para as rosas vermelhas primeiro com desprezo. Depois com ódio. Queria por escrito o que as lindas flores poderiam um dia dizer. Jogou o buquê no lixo. Sem falsas promessas, nem mesmo as das rosas.