Difícil passar pelo mundo impune quando se nasce mulher. Sangramos a cada quatro luas. A vida não nos dá a opção de sermos frágeis, de ficarmos paralisadas de medo. Existimos em ciclos. Estamos sempre encerrando e recomeçando. Gravidezes, abortos, partos. Provamos o amor orgânico. Convivemos com a morte. Geramos vida. Crias. Multiplicamos a carne e sentimos o coração bater em outro peito. Somos loucas. Somos bruxas. Somos filhas da lua. Lindas, somos nuas.
Maria eu, Maria você, Maria ela, Maria ele, Maria do João, Maria João, Maria nós