Todas as Marias

A solidão ensinou coisas lindas O amor por si mesma O ouro puro das amizades Os pequenos e corriqueiros amores A solidão simplificou Apresentou a rua como opção de morada E fez reluzir a beleza da casa Em seus deliciosos detalhes A solidão criou raiz Deu frutos e flores E estes trouxeram um beija flor Que precisa achar um espaço para entrar

 - Pai, eu sou tão pequenininha que quase sumo do outro lado da mesa… A menina conversava com o pai, fazendo quase um pedido para crescer logo. Ele, que gostava de mostrar a sua magia e sabia que não podia roubar dela aquela fase linda da vida, ofereceu o que tinha. Com uma expressão encantadora e uma voz de dono da magia, fez um emaranhado com os braços e sacou um imaginário jogo de linhas, semelhante ao de uma marionete, e o ofereceu à filha. Explicou que eram linhas mágicas e que a ajudariam a chegar onde quisesse. Ela recebeu o presente com carinho e, mesmo anos depois, quando sentia um frio na barriga diante da possibilidade de crescer, se apoiava às linhas e chegava a qualquer lugar.

Te pisco os olhos Aí te dou um sorriso Te conto aquela história Escuto atento Confesso que tive medo Vem pro meu abraço Te conto o meu sonho Pode ser meu também Tem um pedaço da minha armadura ainda preso aqui A gente tira aos poucos Passo a passo Eu e você

Há dias em que a beleza do mundo me ataca O belo das coisas tão pequenas reluz A minha alma expande e chora Uma invasão de doçura ofusca o mundo feio O coração ganha olhos O amor ganha asas A amizade pulsa E o querer vem do mais íntimo Da terra De nós Do sol e das luas De dentro.

En la boca el gusto de vino En los ojos, ella En la piel, ellos En la boca el gusto de café La piel olía a ella-él-ellos El cuerpo hecho niño una vez más