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Mostrando postagens de setembro 9, 2012

Caixa de cartas na casa da avó

Na foto tirada por lambe-lambe, na porta de um antigo cinema, a franja desenha o rosto de menina encantada e encabulada com o primeiro namorado. Cartas que chegaram pelo Correio e falam de futuro, de inocências, de gosto bom. Fotos marcam diferentes sabores. E-mails impressos (para serem escondidos) falam de beijos transoceânicos, de desencontros, de promessas. Parece que dizes, te amo, Maria...

Tantas Marias

São muitas as Marias por aí. E são muitas dentro de cada uma. Maria só. Maria ninguém. Maria doida. Mariazinha. Maria João. Maria do João. Maria Maria. Tenho apenas duas mãos e todas as Marias dentro de mim.

Sozinha

As melhores companhias eram as histórias. Também as músicas. Às vezes as lembranças e os sonhos. Claro, no mundo não há nada melhor que os amigos, o aconchego da família e o amor de filho. Mas companhia, mesmo, é o que vem de dentro.

Todos do mundo

No coração de Maria cabiam todos os sentimentos do mundo. Todos. E quando os sentimentos mesquinhos queriam crescer, era preciso lembrar que havia outros, muito melhores, para merecer atenção. Amar é um exercício diário.

Efêmero

Maria sabia que uma das belezas do amor é a efemeridade. Não é a única, mas uma bela forma de manifestação. Amor lança perfume, que entorpece o corpo, rouba da mente as ideias, e deixa nos lábios um incomparável sorriso. Volátil. Efêmero.

Cafuné e cafezinho

Essa Maria é da pá virada. A vida vem, e ela encara, mata no peito, chuta a gol. Maria guerreira. Maria valente. Maria João. Claro que Maria sente medo, tem dúvidas, chora baixinho debaixo do chuveiro. Maria é Maria também. Gosta sim da adrenalina da vida, mas troca tudo por um cafuné mansinho e um cafezinho fresco feito no fogão, a dois.

Lili

Maria era do tipo furacão. Ainda com vinte e poucos, sabia bem o seu poder de sedução. E usava com quem quisesse, dona de si, da sua liberdade e do seu destino. Um dia, se apaixonou. Ele era um homem forte, de terno, dono de coisas e seguro das palavras. E lá foi Maria. Primeiro reduziu o decote. Depois equilibrou as palavras. Por fim escondeu o sorriso. Casaram. "Nunca mais romance, nunca mais cinema, nunca mais drink no dancing, nunca mais cheese, nunca uma espelunca, uma rosa nunca, nunca mais feliz"