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O amor quando se instala

O amor chega pelas flores E para que elas permaneçam É preciso aumentar a quantidade de folhas Fortalecer o caule Oxigenar a estrutura Em estágios avançados O amor reestrutura a raiz O que causa certa vertigem O momento do novo A entrada de tanto ar e água O amor se instala nas flores Folhas Caule Raízes Você inteiro: ar, água, tudo.
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Pra sonhar

Que se danem o senso crítico, a Pós Modernidade, os profissionais do mau agouro Que fique no passado o que nos passou Non, rien de rien Quero me casar ao som de Marcelo Jeneci Assim "Pra sonhar" E nos entorpecer para viver os dias cinzas Eu aceito pagar língua, assumir-me irremediavelmente romântica Com a licença de Pessoa, ser ridícula Ao seu lado.

E bota no corpo uma outra vez

Subiu no armário Buscou o saco com as fantasias e os apetrechos de carnaval Riu ao lembrar do dia em que usou aqueles cílios postiços E sentiu o coração gelado quando viu aquela saia de bailarina Era apenas objetos... carregados de lembranças e cheiros No cantinho da mente, tocava aquela trilha sonora As lembranças desbotadas de vodca Respirou fundo Misturou os acessórios novos com aqueles cheios de histórias Sorriu E decidiu se jogar nos braços do Rei Momo Como se fosse a primeira vez

Dar conta

Para que fiquem juntos, é preciso e inevitável passar por três estágios: 1. o interesse 2. o desejo 3. o dar conta. O interesse desperta o flerte, a curiosidade, aquele gostinho de quero mais. O desejo é o encontro, a escolha, o coração aos pulos, aquele frio na barriga. O dar conta, ah, dar conta é outra história. É o emocional vestido de racional, são as vísceras gritando, os medos dando o tom. dar conta é tornar realidade a mistura de vidas, a junção de rotinas. É em parte se refazer e um bocado de coisa redimensionar para caber o outro. É dar conta de ser no plural. É manter o amor por si mesmo e também pelo outro. Dar conta é o exercício diário. Depois de dar conta ainda tem dias que despertam o interesse, e noites que alimentam o desejo.

Amar-me

Amar é um ato solitário. Ama-se e arrancam-se os cadeados da alma para o outro entrar E a presença do outro nutre este amor Amar é sentir-se inflamado, temperado, no ponto, pronto a dedicar-se Ama-se o entranhamento do outro e busca-se aprender com o estranhamento que o outro traz E faz-se no dia a dia a caminhada possível Amar é insano Amar-te é olhar-me no espelho da vida Só mesmo um amante pode amar o amor

Partida e chegada

Houve um tempo em que o verbo era ir Movimentar, mudar de rota, transformar A nobre missão de passar de lagarta a borboleta Hoje o verbo é fazer morada Eu, tu, nós, eles A também nobre missão de se olhar sem medo De construir a vida no coletivo, de encanrar a rotina árdua do verbo (me/te/nos) amar

Maluco

Só pode ser louco Desse tipo que ama Diz que ama E ainda insiste em dar as mãos vida afora Parece que não é deste mundo Nem ouviu falar de amores líquidos Ama e pronto Louco! Só pode ser louco! Você e eu, distribuindo amor por aí