Tudo bem, eu aceito sua proposta: a gente vai se curtir sem se envolver. Apenas preciso que siga uma singela lista de proibições. Está proibido: - contar qualquer coisa interessante da sua vida, nem mesmo a forma como aprendeu a temperar o filé, nem contar daquela viagem à Índia; - falar da sua vida familiar afetiva, mostrar a foto do seu sobrinho, melhor mesmo não falar nunca sobre crianças; - gostar de música boa e (terminantemente proibido) tocar violão perto de mim; - me olhar nos olhos e deixar, ainda que por segundos, a alma falar; - pronunciar com afeto o nome de qualquer pessoa da minha família, inclusive o meu cão; - conversar sobre literatura e lembrar passagens de livros inesquecíveis; - falar sobre política mantendo sua visão humanista sobre o mundo; - usar aquele perfume e exalar seu cheiro natural; - passear as pontas dos dedos sobre a minha pele; - se sentir em casa quando estiver perto de mim; - ser minha morada, ainda que apenas no momento presente. Sei...