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Mostrando postagens de setembro 13, 2015

Sentidos

Os olhos sem foco permitiam ver o que estava dentro A música vinha de fora e a conduzia pelos pensamentos entranhados A pele inerte a qualquer estímulo Quanto mais se adentrava Quanto menos a visão alcançava Quanto mais os sentidos se bloqueavam Mais sentia a pulsação própria As verdades das sensações escondidas A narrativa das entranhas As palavras únicas da solidão

Coração

Coração sem rumo Coração agarrado no passado Coração fechado Coração indisponível Coração do outro Coração sem amar Coração sem amarra Lá Onde ninguém chega Onde nem adianta tentar "Me dicen el desaparecido Fantasma que nunca está Me dicen el desagradecido Pero esa no es la verdad Yo llevo en el cuerpo un motor Que nunca deja de rolar Yo llevo en el alma un camino Destinado a nunca llegar"

Complicado

Antes de dormir Ele repetiu por três vezes Burro, burro, burro! Ele lembrava bem os momentos que compartilhou com ela O cheiro dela ainda invadia os sentidos dele E viu todos os sinais que ela deu tentando reaproximar Viu os olhos compridos de rímel Viu a renda sob a camiseta Viu os pés inquietos sob a mesa do bar Ouviu os comentários cheios de malícia Se envolveu nas histórias Sentiu o perfume de flor Dias depois Viu ela se cansar E desistir

Fio

A vida deu a eles um fio dela a ele e dele a ela Juntos, eles teceram Passou o tempo Se impuseram os fatos Eles não se escolheram Mas ficou o fio tecido Ela numa ponta e ele na outra Entre eles um quase calor Melhor seria cortar isso logo Desprender-se Desmanchar o fio, o pavio, o que for Mas... E se... Quem sabe... Talvez...