Pular para o conteúdo principal

Manhãzinha

Quando acordaram de manhã,  estavam constrangidos. Ela escondeu o corpo com o lençol.  Ele ficou um tempinho com os olhos fechados, pensando em como agir. Os embalos da noite levaram os dois para aquela cama, mas a singeleza da manhã ainda não tinha dado respostas do que fazer.

Ela olhou para o lado e viu suas roupas. Teria que se levantar para pegar. Preferiu se enrolar um pouco mais no lençol. As lembranças vinham em flashes. Lembrou da conversa animada, os argumentos instigantes, os risos, o beijo quente e as mãos firmes.

Ele, com os olhos fechados, ainda sentia o gosto dela. Estranho, mas desta vez não sentiu pressa de ir embora. Olhou para ela e sorriu. Ela, um pouco envergonhada, sorriu também. 

- Vamos tomar um café?

O constrangimento,  aos poucos, foi dando lugar à intimidade.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O amor quando se instala

O amor chega pelas flores E para que elas permaneçam É preciso aumentar a quantidade de folhas Fortalecer o caule Oxigenar a estrutura Em estágios avançados O amor reestrutura a raiz O que causa certa vertigem O momento do novo A entrada de tanto ar e água O amor se instala nas flores Folhas Caule Raízes Você inteiro: ar, água, tudo.

Nuvem

Os efeitos do tempo são únicos Esvoaçante Passam os dias, as semanas, os meses E as lembranças vão compondo a grande nuvem Um cheiro Uma palavra Um olhar Uma imagem Mas quando se tenta tocar, desmancha no ar O tempo deixa tudo suave O que foi bom O que foi ruim Tudo em tons pastel Todos na mesma nuvem

Pra sonhar

Que se danem o senso crítico, a Pós Modernidade, os profissionais do mau agouro Que fique no passado o que nos passou Non, rien de rien Quero me casar ao som de Marcelo Jeneci Assim "Pra sonhar" E nos entorpecer para viver os dias cinzas Eu aceito pagar língua, assumir-me irremediavelmente romântica Com a licença de Pessoa, ser ridícula Ao seu lado.