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Destino real

Ele sempre foi o príncipe
(Ou sentia que deveria ser)
À majestade, bastava existir para ser amado

Ela era menina
Livre, como deveria ser
E à ela, vossa majestade não era ninguém

Mas a realeza tem seus caprichos
Era destino da moça pertencer a ele
Ordem dada, ordem a ser cumprida

Que viessem os capangas
Que se esquecesse a lei
Que empunhassem as armas

Travestida de amor
Era praticada a violência
A menina já nada livre, sem brilho
O rei com as mãos em seu cetro de sangue


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