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ano feio

O ano feio nos jogou pra dentro
A rua ficou desagradável
Era preciso o refugio de casa

Refugio?
A morada acolhe nas miudezas cotidianas
O gosto do café quente
A clareza das manhãs

Quando a vida na rua fica hostil
A casa fica exposta
E não há flores de plástico que entorpeçam pelo perfume

Mas se as flores são de fato
De terra, perfume, fragilidades e fortalezas
No tempo certo aquecem a morada
E não há rua hostil que nos quite a primavera

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