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Bela, recatada e do lar

Tinha a Amélia
E tinha a Capitu
Ela tinha olhos de cigana oblíqua
E assim se sentia mulher de verdade
Era recatada com os sentimentos mais puros,  que só eram compartilhados com quem merece
Cuidava da casa, das flores, das cores, dos amores, de tudo que construiu para ser lar
Também ria alto, desejava mais, se refestalava na vida, sentia prazer em existir
Era bela, no ato simples de viver

Era a Maria de todos os livros, de todos os versos, todos os amores, todos os dias

(Só não cabia numa certa revistinha semanal)

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