Pular para o conteúdo principal

Um amor em Bangkok

A lembrança dele seria montada num amontoado de coisas.
Tanta gente, tantos, cheiros, tantos sons. O gosto agridoce.
Os olhos dele se destacaram na multidão. Entre chamados de vendedores, uma centena de passantes, uma dúzia de culturas, e o sorriso dele apareceu.
Nos olhos dele, ela passou com os pés leves. Flutuando.
Os idiomas distantes, as alturas tão diferentes, vidas que só poderia se misturar ali naquela caos, em meio a um tudo.

Ela até tentava ver algum romantismo nas bicicletas que passavam pelas ruas de Bagkok, nos tuk tuks desengonçados, nas árvores gigantes, nas ruas estreitas, nas flores. Ah, as flores!

Mas o encanto morava no olhar dele. Um ponto de paz. Um brilho direcionado a ela. Um amor tão instantâneo quanto efêmero.



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O amor quando se instala

O amor chega pelas flores E para que elas permaneçam É preciso aumentar a quantidade de folhas Fortalecer o caule Oxigenar a estrutura Em estágios avançados O amor reestrutura a raiz O que causa certa vertigem O momento do novo A entrada de tanto ar e água O amor se instala nas flores Folhas Caule Raízes Você inteiro: ar, água, tudo.

Pra sonhar

Que se danem o senso crítico, a Pós Modernidade, os profissionais do mau agouro Que fique no passado o que nos passou Non, rien de rien Quero me casar ao som de Marcelo Jeneci Assim "Pra sonhar" E nos entorpecer para viver os dias cinzas Eu aceito pagar língua, assumir-me irremediavelmente romântica Com a licença de Pessoa, ser ridícula Ao seu lado.

Dar conta

Para que fiquem juntos, é preciso e inevitável passar por três estágios: 1. o interesse 2. o desejo 3. o dar conta. O interesse desperta o flerte, a curiosidade, aquele gostinho de quero mais. O desejo é o encontro, a escolha, o coração aos pulos, aquele frio na barriga. O dar conta, ah, dar conta é outra história. É o emocional vestido de racional, são as vísceras gritando, os medos dando o tom. dar conta é tornar realidade a mistura de vidas, a junção de rotinas. É em parte se refazer e um bocado de coisa redimensionar para caber o outro. É dar conta de ser no plural. É manter o amor por si mesmo e também pelo outro. Dar conta é o exercício diário. Depois de dar conta ainda tem dias que despertam o interesse, e noites que alimentam o desejo.