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Múltipla

Sou do lar
Cuido, mimo, dou broncas
Me doou às crias e a quem mereça
Labuta diária de um amor sem fim

Sou da firma
Enfrento problemas sérios e soluções complexas
Aprendo sempre um pouco mais
Pago as contas

Sou dos livros
Me misturo nas narrativas dos outros
Descubro os personagens em mim
Me encanto com a cadência das palavras

Sou das vísceras
Aprendi meu corpo e encaro minha mente
Limites e desfrutes
Bastas e beijos

Sou da vida
O corpo que dança
O álcool que sobe
A mente que sublima

Sou da pá virada
Levo um tacape certeiro
Palavras afiadas
E me derreto em um cafuné

Sou Maria
Desdobrável
Não há caixinha que me caiba
Nem amor que finde em mim

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O amor quando se instala

O amor chega pelas flores E para que elas permaneçam É preciso aumentar a quantidade de folhas Fortalecer o caule Oxigenar a estrutura Em estágios avançados O amor reestrutura a raiz O que causa certa vertigem O momento do novo A entrada de tanto ar e água O amor se instala nas flores Folhas Caule Raízes Você inteiro: ar, água, tudo.

E bota no corpo uma outra vez

Subiu no armário Buscou o saco com as fantasias e os apetrechos de carnaval Riu ao lembrar do dia em que usou aqueles cílios postiços E sentiu o coração gelado quando viu aquela saia de bailarina Era apenas objetos... carregados de lembranças e cheiros No cantinho da mente, tocava aquela trilha sonora As lembranças desbotadas de vodca Respirou fundo Misturou os acessórios novos com aqueles cheios de histórias Sorriu E decidiu se jogar nos braços do Rei Momo Como se fosse a primeira vez