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Múltipla

Sou do lar
Cuido, mimo, dou broncas
Me doou às crias e a quem mereça
Labuta diária de um amor sem fim

Sou da firma
Enfrento problemas sérios e soluções complexas
Aprendo sempre um pouco mais
Pago as contas

Sou dos livros
Me misturo nas narrativas dos outros
Descubro os personagens em mim
Me encanto com a cadência das palavras

Sou das vísceras
Aprendi meu corpo e encaro minha mente
Limites e desfrutes
Bastas e beijos

Sou da vida
O corpo que dança
O álcool que sobe
A mente que sublima

Sou da pá virada
Levo um tacape certeiro
Palavras afiadas
E me derreto em um cafuné

Sou Maria
Desdobrável
Não há caixinha que me caiba
Nem amor que finde em mim

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O amor quando se instala

O amor chega pelas flores E para que elas permaneçam É preciso aumentar a quantidade de folhas Fortalecer o caule Oxigenar a estrutura Em estágios avançados O amor reestrutura a raiz O que causa certa vertigem O momento do novo A entrada de tanto ar e água O amor se instala nas flores Folhas Caule Raízes Você inteiro: ar, água, tudo.

Para sempre Eduardo e Mônica

- Ele me disse que ia embora porque, se ficasse por perto, a gente ia acabar se casando. Pronto aconteceu de novo. De novo com ela. De novo com mais uma Maria. - É que você é muito intensa. Era o clichê dos dias atuais de volta à roda das amigas. Parecia um encanto, ou uma maldição.  O eterno Eduardo e Mônica.  Ela de cabelos vermelhos, ele no futebol de botão. Estava nos filmes, nas séries, nos desabafos de zapzap. Estava também na sala de estar. - Comigo aconteceu daquela vez, não lembra? - Homem se sente aterrorizado diante de uma mulher bem resolvida. - Nos dias de hoje, é proibido falar de amor. Mais um drink. Mais uma dose de esperança. Mais uma vez recomeçar.