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Viver para contar

Ainda no começo, quando tanta coisa parecia encanto, a narrativa era cheia de suspiros.
"Ele é tão..." e haja reticências.

O tempo foi passando, os fatos se apresentando, eles se conhecendo, um marcando a vida do outro. Ah, tantas histórias!

Teve aquele dia do sorvete de pistache, aquele outro em que escapou um "eu te amo", aquele aperto de mão que segurou a alma dela quando ela precisou. Teve dúvida, teve perguntas, teve reviravoltas. O coração bateu, as emoções fizeram deles uma morada.

Quando sentiram cheiro do fim, as histórias dançavam na cabeça deles, nas almas entrelaçadas.

Quando acabou, passou o rancor, ficou aquela história daquele dia branco, daquele barquinho tão pequeno dentro do mar azul, daqueles corações que tentaram e conseguiram muitas coisas.

"Mesmo que os romances sejam falsos como o nosso, são bonitas, não importa, são bonitas as canções"

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O amor quando se instala

O amor chega pelas flores E para que elas permaneçam É preciso aumentar a quantidade de folhas Fortalecer o caule Oxigenar a estrutura Em estágios avançados O amor reestrutura a raiz O que causa certa vertigem O momento do novo A entrada de tanto ar e água O amor se instala nas flores Folhas Caule Raízes Você inteiro: ar, água, tudo.

E bota no corpo uma outra vez

Subiu no armário Buscou o saco com as fantasias e os apetrechos de carnaval Riu ao lembrar do dia em que usou aqueles cílios postiços E sentiu o coração gelado quando viu aquela saia de bailarina Era apenas objetos... carregados de lembranças e cheiros No cantinho da mente, tocava aquela trilha sonora As lembranças desbotadas de vodca Respirou fundo Misturou os acessórios novos com aqueles cheios de histórias Sorriu E decidiu se jogar nos braços do Rei Momo Como se fosse a primeira vez