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Decreto

Estava decretado: aquele amor deveria acabar.
A partir deste momento, o cheiro dele não provocaria mais nada, a voz não embalaria o desejo, as histórias contadas por ele não despertariam nenhum interesse. Estava proibido lembrar dele quando acontecesse algo no trabalho, e jamais poderia querer ligar para ele para contar como foi o dia. O amor estava morto.

Estava decretado: aquele amor deveria começar.
A partir deste momento, ela seria o imã do olhar dele. Tudo que ela dissesse pareceria incrível. O colo dela entorpeceria, o corpo dela seria o céu. Seria construído ao lado dela o desejo de passar horas a fio curtindo a alegria do simples estar perto. O amor havia recomeçado.

Tudo certo, tudo muito claro. Até que...

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O amor chega pelas flores E para que elas permaneçam É preciso aumentar a quantidade de folhas Fortalecer o caule Oxigenar a estrutura Em estágios avançados O amor reestrutura a raiz O que causa certa vertigem O momento do novo A entrada de tanto ar e água O amor se instala nas flores Folhas Caule Raízes Você inteiro: ar, água, tudo.

Para sempre Eduardo e Mônica

- Ele me disse que ia embora porque, se ficasse por perto, a gente ia acabar se casando. Pronto aconteceu de novo. De novo com ela. De novo com mais uma Maria. - É que você é muito intensa. Era o clichê dos dias atuais de volta à roda das amigas. Parecia um encanto, ou uma maldição.  O eterno Eduardo e Mônica.  Ela de cabelos vermelhos, ele no futebol de botão. Estava nos filmes, nas séries, nos desabafos de zapzap. Estava também na sala de estar. - Comigo aconteceu daquela vez, não lembra? - Homem se sente aterrorizado diante de uma mulher bem resolvida. - Nos dias de hoje, é proibido falar de amor. Mais um drink. Mais uma dose de esperança. Mais uma vez recomeçar.