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Decreto

Estava decretado: aquele amor deveria acabar.
A partir deste momento, o cheiro dele não provocaria mais nada, a voz não embalaria o desejo, as histórias contadas por ele não despertariam nenhum interesse. Estava proibido lembrar dele quando acontecesse algo no trabalho, e jamais poderia querer ligar para ele para contar como foi o dia. O amor estava morto.

Estava decretado: aquele amor deveria começar.
A partir deste momento, ela seria o imã do olhar dele. Tudo que ela dissesse pareceria incrível. O colo dela entorpeceria, o corpo dela seria o céu. Seria construído ao lado dela o desejo de passar horas a fio curtindo a alegria do simples estar perto. O amor havia recomeçado.

Tudo certo, tudo muito claro. Até que...

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O amor chega pelas flores E para que elas permaneçam É preciso aumentar a quantidade de folhas Fortalecer o caule Oxigenar a estrutura Em estágios avançados O amor reestrutura a raiz O que causa certa vertigem O momento do novo A entrada de tanto ar e água O amor se instala nas flores Folhas Caule Raízes Você inteiro: ar, água, tudo.

E bota no corpo uma outra vez

Subiu no armário Buscou o saco com as fantasias e os apetrechos de carnaval Riu ao lembrar do dia em que usou aqueles cílios postiços E sentiu o coração gelado quando viu aquela saia de bailarina Era apenas objetos... carregados de lembranças e cheiros No cantinho da mente, tocava aquela trilha sonora As lembranças desbotadas de vodca Respirou fundo Misturou os acessórios novos com aqueles cheios de histórias Sorriu E decidiu se jogar nos braços do Rei Momo Como se fosse a primeira vez