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Saudade

E lá vem a danada
Já disse que não
Jurei nunca mais
E ela vem
Se achega
Faz um denguinho
Pede pra ficar

Ela surge quando um gosto lembra
Uma descoberta quer ser contada
Uma sensação quer ser compartilhada

A diaba da saudade não tem controle
Se apresenta e pronto
Não tem perdão
Nem juízo

Tem vontade de querer estar pertinho

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O amor quando se instala

O amor chega pelas flores E para que elas permaneçam É preciso aumentar a quantidade de folhas Fortalecer o caule Oxigenar a estrutura Em estágios avançados O amor reestrutura a raiz O que causa certa vertigem O momento do novo A entrada de tanto ar e água O amor se instala nas flores Folhas Caule Raízes Você inteiro: ar, água, tudo.

E bota no corpo uma outra vez

Subiu no armário Buscou o saco com as fantasias e os apetrechos de carnaval Riu ao lembrar do dia em que usou aqueles cílios postiços E sentiu o coração gelado quando viu aquela saia de bailarina Era apenas objetos... carregados de lembranças e cheiros No cantinho da mente, tocava aquela trilha sonora As lembranças desbotadas de vodca Respirou fundo Misturou os acessórios novos com aqueles cheios de histórias Sorriu E decidiu se jogar nos braços do Rei Momo Como se fosse a primeira vez