Pular para o conteúdo principal

Detalhes tão pequenos

Ana:
O vestido era branco. Cabelos soltos. Cheiro de flor. A calcinha... Ah, neste ano era vermelha! Rui que se cuide, que segure o axé da moça. Ele, que ainda nem havia se perguntado o que iria querer. Ele, que nem lembrou de colocar pra lavar a única bermuda mais ou menos branca que tem. Ele, que teve a sorte de pousar um avião no seu terreno. Ah, Rui, a Ana escolheu a calcinha vermelha!!!!!

Beatriz:
O vestido era branco. Os cabelos presos. Algumas jóias. A calcinha amarela, se possível dourada. Beatriz estava com o foco em colocar a vida nos trilhos. Nem perto nem longe, Ângelo observava. Sabia que estariam no mesmo ambiente no momento da virada. Por algumas vezes, imaginou um beijo de feliz 2015. Uma semana antes ele tinha a roupa separada para o evento. Ela ainda queria saber se encontraria a tal calcinha dourada.

Cláudia:
O vestido era branco. A saia era curta. A calcinha, mínima. Cláudia sabia que era dia de festa, que os desejos estariam soltos e que virada de ano é dia de ser feliz.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O amor quando se instala

O amor chega pelas flores E para que elas permaneçam É preciso aumentar a quantidade de folhas Fortalecer o caule Oxigenar a estrutura Em estágios avançados O amor reestrutura a raiz O que causa certa vertigem O momento do novo A entrada de tanto ar e água O amor se instala nas flores Folhas Caule Raízes Você inteiro: ar, água, tudo.

Nuvem

Os efeitos do tempo são únicos Esvoaçante Passam os dias, as semanas, os meses E as lembranças vão compondo a grande nuvem Um cheiro Uma palavra Um olhar Uma imagem Mas quando se tenta tocar, desmancha no ar O tempo deixa tudo suave O que foi bom O que foi ruim Tudo em tons pastel Todos na mesma nuvem

Pra sonhar

Que se danem o senso crítico, a Pós Modernidade, os profissionais do mau agouro Que fique no passado o que nos passou Non, rien de rien Quero me casar ao som de Marcelo Jeneci Assim "Pra sonhar" E nos entorpecer para viver os dias cinzas Eu aceito pagar língua, assumir-me irremediavelmente romântica Com a licença de Pessoa, ser ridícula Ao seu lado.