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Janela da alma

A dor física era tanta que atingia a alma
A dor na alma era tanta que era também física
Não havia pra onde correr
Não tinha como adiar
Não adiantava temer
Não tinha escolha
Eram os fatos e nada mais

Nenhuma palavra conseguiria nomear
Nenhum som poderia exprimir
Nenhum gesto poderia fazer

Era. Apenas era.

Nos olhos, estava tudo.
Toda a dor
O amor
A cumplicidade
O aconchego onde ele podia existir.

Olhos nos olhos
Alma com alma

O amor na sua forma mais bruta

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