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Sem nome

Sentia uma coisa estranha
Talvez no estômago
Não, estava na pele
Mas sentia quando respirava
Um frio esquisito
Não tinha febre
Depois pesava no ombro
Daí afrouxava
De repente uma taquicardia
Quando bebia, falava
Daí esquecia
Dependendo de quem estivesse perto era mais intenso
Dependendo de quem estivesse longe ficava insuportável

Uma mão na nuca explicava
Um cheiro no canto do pescoço respondia
Um arrepio ao toque dizia muito
Mas era fugaz
Logo voltava aquela coisa estranha



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O amor chega pelas flores E para que elas permaneçam É preciso aumentar a quantidade de folhas Fortalecer o caule Oxigenar a estrutura Em estágios avançados O amor reestrutura a raiz O que causa certa vertigem O momento do novo A entrada de tanto ar e água O amor se instala nas flores Folhas Caule Raízes Você inteiro: ar, água, tudo.

E bota no corpo uma outra vez

Subiu no armário Buscou o saco com as fantasias e os apetrechos de carnaval Riu ao lembrar do dia em que usou aqueles cílios postiços E sentiu o coração gelado quando viu aquela saia de bailarina Era apenas objetos... carregados de lembranças e cheiros No cantinho da mente, tocava aquela trilha sonora As lembranças desbotadas de vodca Respirou fundo Misturou os acessórios novos com aqueles cheios de histórias Sorriu E decidiu se jogar nos braços do Rei Momo Como se fosse a primeira vez