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Sem nome

Sentia uma coisa estranha
Talvez no estômago
Não, estava na pele
Mas sentia quando respirava
Um frio esquisito
Não tinha febre
Depois pesava no ombro
Daí afrouxava
De repente uma taquicardia
Quando bebia, falava
Daí esquecia
Dependendo de quem estivesse perto era mais intenso
Dependendo de quem estivesse longe ficava insuportável

Uma mão na nuca explicava
Um cheiro no canto do pescoço respondia
Um arrepio ao toque dizia muito
Mas era fugaz
Logo voltava aquela coisa estranha



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