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Milagre da multiplicação

Amor não divide, só multiplica.

O bonitinho da escola,
o primeiro amor,
aquele que foi meio sacana,
o outro que me fazia rir,
o que me ensinou a gostar de poesia,
e ainda o que me fez sentir doer.

A mãe, única
o pai, paixão
o irmão e os seus outros tantos
a tia que fazia bolinho de chuva
a outra tia que lia histórias
a voz da avó
as primas que teceram a alma
os amigos que ficaram bandeira.

A minha pequena,
ela-eu
o pedaço de mim com autonomia
a minha parte que é meu todo
as crianças, seus sorrisos e seus comentários desconsertantes.

O amor do passado
do presente
que ainda virá - e virão
o amor pelo amar
o amor pelo que me tornei
pelo que me tornaram
pelo que entornei
transbordei de amar.

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