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Estrela cadente

Enquanto se perdia olhando o céu, naquela noite linda, viu a estrela cadente. Fechou os olhos e, intensamente, pediu. Desejou ser diferente. Acreditou que poderia ser. Confiou no brilho que inundou seus olhos e acertou também o coração.

Os dias foram passando e a mudança era tão clara. Mudou a sintonia. O desejo foi sendo realizado. Ela já não era a mesma.

E como as mudanças andam em grupo, o companheiro era diferente, os novos amigos também. Era o mundo desejado ali, tão concreto. Concreto em tudo. Os encantos e as mazelas estavam ali, como estão em qualquer canto.

O tempo amansou o coração. O que antes era calo, virou uma certa saudade. O que julgava ser apenas defeitos, tinham lá o seu charme. Na balança, o belo e o feio se misturam. O querer e o não-querer também.

E quando tinha o mundo todo novo, quis ser uma colcha de retalhos. Incoerente. Descombinada. Um encanto que vive apenas no caos. Um amontoado de histórias e sentimentos que levam ao bem querer.

Um querer incoerente, assim como ela.


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