Pular para o conteúdo principal

O avesso do avesso

Naquela noite maldita, sonhou com ela. Nas mãos, ele tinha uma flor e uma faca. O que aquela flor fazia ali? Diante da imagem dela, como se fosse nela, como se fosse nele, decapitou a flor.
Pela manhã ainda sentia o cheiro das rosas. Se assustou quando viu que um espinho lhe espetara o dedo.
Procurou pela faca.
Na noite seguinte, se entupiu de rivotril. Melhor não sonhar de novo.

Chego a mudar de calçada quando aparece uma flor, e dou risada do grande amor. Mentira.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O amor quando se instala

O amor chega pelas flores E para que elas permaneçam É preciso aumentar a quantidade de folhas Fortalecer o caule Oxigenar a estrutura Em estágios avançados O amor reestrutura a raiz O que causa certa vertigem O momento do novo A entrada de tanto ar e água O amor se instala nas flores Folhas Caule Raízes Você inteiro: ar, água, tudo.

Nuvem

Os efeitos do tempo são únicos Esvoaçante Passam os dias, as semanas, os meses E as lembranças vão compondo a grande nuvem Um cheiro Uma palavra Um olhar Uma imagem Mas quando se tenta tocar, desmancha no ar O tempo deixa tudo suave O que foi bom O que foi ruim Tudo em tons pastel Todos na mesma nuvem

Pra sonhar

Que se danem o senso crítico, a Pós Modernidade, os profissionais do mau agouro Que fique no passado o que nos passou Non, rien de rien Quero me casar ao som de Marcelo Jeneci Assim "Pra sonhar" E nos entorpecer para viver os dias cinzas Eu aceito pagar língua, assumir-me irremediavelmente romântica Com a licença de Pessoa, ser ridícula Ao seu lado.