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Morada

O amor mora
no desejo,
na expectativa,
no cheiro,
no toque,
no querer,
no quotidiano,
nos sentimentos,
no contraditório,
na saudade,
no miudinho,
e até no coração.

O amor mora
em locais conhecidos ou estranhos,
em casas amplas e esquinas sujas,
em camas redondas e num cantinho qualquer.

O amor mora
onde ele se instala,
no momento de desatenção,
no galope do peito,
onde menos se espera,
onde tudo se perde,
em qualquer lugar.

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O amor quando se instala

O amor chega pelas flores E para que elas permaneçam É preciso aumentar a quantidade de folhas Fortalecer o caule Oxigenar a estrutura Em estágios avançados O amor reestrutura a raiz O que causa certa vertigem O momento do novo A entrada de tanto ar e água O amor se instala nas flores Folhas Caule Raízes Você inteiro: ar, água, tudo.

Pra sonhar

Que se danem o senso crítico, a Pós Modernidade, os profissionais do mau agouro Que fique no passado o que nos passou Non, rien de rien Quero me casar ao som de Marcelo Jeneci Assim "Pra sonhar" E nos entorpecer para viver os dias cinzas Eu aceito pagar língua, assumir-me irremediavelmente romântica Com a licença de Pessoa, ser ridícula Ao seu lado.

Dar conta

Para que fiquem juntos, é preciso e inevitável passar por três estágios: 1. o interesse 2. o desejo 3. o dar conta. O interesse desperta o flerte, a curiosidade, aquele gostinho de quero mais. O desejo é o encontro, a escolha, o coração aos pulos, aquele frio na barriga. O dar conta, ah, dar conta é outra história. É o emocional vestido de racional, são as vísceras gritando, os medos dando o tom. dar conta é tornar realidade a mistura de vidas, a junção de rotinas. É em parte se refazer e um bocado de coisa redimensionar para caber o outro. É dar conta de ser no plural. É manter o amor por si mesmo e também pelo outro. Dar conta é o exercício diário. Depois de dar conta ainda tem dias que despertam o interesse, e noites que alimentam o desejo.